A abertura do sistema financeiro no Brasil, iniciada com o Open Banking e ampliada pelo Open Finance, está reformulando a forma como instituições se relacionam com dados, clientes e concorrência. É uma mudança estrutural. Pela primeira vez, o acesso a informações financeiras passa a ser controlado pelo usuário, não pelo banco. Isso altera não só fluxos operacionais, mas também a lógica do mercado.
Com essa transformação, vieram exigências mais rígidas. Segurança, governança de dados e interoperabilidade deixaram de ser temas técnicos e passaram a ocupar a agenda estratégica das lideranças. O Banco Central elevou o padrão regulatório, e o impacto é real. Segundo dados da Women Leaders in Fintechs, em conversa com a Finsiders Brasil, as empresas do setor relatam até 30% de aumento nos custos para se adequarem ao novo ambiente. São ajustes profundos, com reflexo direto em tecnologia, jurídico, tributação e modelo de negócio.
Diante desse cenário, a pergunta se impõe. Estamos lidando apenas com uma nova camada de burocracia ou com uma oportunidade rara de inovação? A resposta depende da forma como cada organização decide encarar o processo.
O avanço dos ecossistemas de APIs e a padronização no compartilhamento seguro de dados abriram caminho para um novo tipo de competição. Já é possível imaginar produtos hiperpersonalizados, experiências mais fluidas e integrações que eliminam fricções históricas do sistema financeiro. É preciso construir serviços nativamente conectados à vida dos usuários. Quem entender isso primeiro tende a sair na frente.
Na Okai, acompanhamos de perto esse movimento. Nossa plataforma ajuda empresas a entender, monitorar e aplicar as exigências regulatórias do Banco Central. Mas o objetivo vai além da conformidade. Queremos que os nossos clientes usem essa base como impulso estratégico. Porque compliance não precisa ser só custo. Pode, e deve, ser diferencial competitivo.
Open Finance ainda está em construção. E como toda infraestrutura em fase inicial, ele impõe desafios. Mas também oferece uma chance rara: redesenhar o sistema financeiro por dentro, com mais abertura, mais interoperabilidade e mais foco no usuário.