A The Economist foi direta: as criptomoedas se tornaram o ativo do pântano. Lobby agressivo, promessas vazias e conflitos de interesse viraram a norma no mercado americano. E, convenhamos, a crítica faz sentido. A utopia descentralizada de 2009 parece distante quando se olha para o cenário atual dos EUA e boa parte do mundo.
Mas essa não é toda a história.
Fora do radar americano, há ecossistemas evoluindo com mais seriedade e estrutura. União Europeia, Japão, Suíça e Brasil mostram que é possível avançar com regras claras, integrando inovação com responsabilidade.
No Brasil, por exemplo, o Banco Central e a CVM vêm estruturando marcos regulatórios para exchanges, tokenização de ativos e o Real Digital. Essa atuação tem dado mais previsibilidade ao setor, e pavimentado o caminho para soluções que realmente entregam valor.
Estamos vendo um novo tipo de aplicação ganhando espaço:
– Tokenização de ativos reais, que aproxima o mercado financeiro tradicional da blockchain;
– Stablecoins lastreadas em fundos ou moedas soberanas, que reduzem volatilidade e ampliam usabilidade;
– Infraestrutura regulada, que permite inovação sem abrir mão de segurança jurídica.
A crítica da The Economist serve como alerta — e também como filtro. Grande parte do ruído que tomou conta do setor nos últimos anos está sendo exposto. E isso abre espaço para um movimento mais saudável, em que tecnologia e regulação caminham juntas.
Cripto ainda pode entregar valor real. A diferença agora é que o que vai prosperar não é a narrativa, mas a utilidade.