Nos últimos anos, o maior desafio do compliance regulatório deixou de ser a interpretação jurídica. Hoje, o gargalo está na execução. Cada nova norma exige que empresas transformem obrigações abstratas em tarefas concretas, com responsáveis, prazos e comprovação, e é aí que o sistema emperra.
O relatório 2025 AI Trends in Fraud & Financial Crime Prevention, da Feedzai, confirma essa mudança de foco. Para 87% das instituições financeiras ouvidas, a principal barreira para aplicar IA em compliance não é o entendimento das regras, mas a fragmentação dos dados. E embora 90% já usem inteligência artificial para acelerar investigações, continuam dependentes de processos manuais para coordenar a resposta normativa: planilhas, e-mails, reuniões de alinhamento, reconciliação de versões.
Na prática, o ciclo de resposta a uma nova exigência segue fragmentado. Mesmo quando há automação na análise das normas — com modelos que resumem ou classificam textos — as etapas seguintes continuam analógicas. Atribuição de tarefas, validação de respostas, centralização de evidências e geração de trilha de auditoria ainda são feitas de forma desintegrada. O custo disso é alto, mesmo quando invisível: risco jurídico, retrabalho e sobrecarga das equipes.
É o que temos observado de perto na Okai. Em muitas organizações, o uso de IA parou na primeira etapa da cadeia de conformidade. Mas é possível avançar. Nossa plataforma OkCompliance conecta análise automatizada a um fluxo de adequação em etapas, com atribuição clara de responsabilidades, alertas, versionamento e histórico auditável.
IA é parte da resposta, mas sozinha não resolve. O problema agora é estrutural: como transformar regras em execução coordenada e rastreável, sem depender de soluções paralelas que geram mais complexidade do que resolvem.